terça-feira, 9 de abril de 2013

Blog de Neurociência


Para aqueles que procuram bons blogs em Neurociência e Educação esse é uma boa indicação. 

Neurociências em Debate.





 A proposta do blog

O blog Neurociências em Debate é uma iniciativa dos professores Alfred Sholl-Franco, Gláucio Aranha e Elisabete Castelon Konkiewitz com o intuito de reunir pessoas com interesse pelas Neurociências. Como já é sabido, estas envolvem as mais diversas áreas do conhecimento que buscam com os seus recursos compreender o homem: seu comportamento, seu pensamento e suas emoções. A idéia é integração, esforço conjunto, troca e soma.
No passado, os cientistas, os filósofos e os artistas (Kepler, Galileu, Darwin, Kafka,dentre inúmeros outros) relatavam seus experimentos, seus achados e suas concepções através de longas epístolas, alimentando seus espíritos através deste intercâmbio, que lhes mostrava que não estavam sozinhos em suas buscas e que valeria a pena continuar, apesar de todos os empecilhos e restrições. Ao longo da história, tantas e tantas vezes a posteridade foi testemunha dos frutos destes esforços, que, de início, pareciam pouco pragmáticos e até mesmo sem sentido. Se é verdade que grandes feitos e descobertas foram aquisições individuais, dádivas de gênios isolados à humanidade, também é verdade que muitas vezes, e mesmo nesses casos, houve cooperação (como exemplos, Goethe e Schiller, Watson e Crick, o casal Curie). A anteposição, e mesmo a disputa, de idéias refaz o questionamento e amplia a perspectiva sobre um determinado problema.
Atualmente, os cientistas e pensadores são muito mais numerosos e não sofrem (pelo menos, não como em períodos anteriores) perseguições religiosas e políticas, mas há dificuldades de outra natureza. Vivemos em um mundo de valorização de empreendimentos rápidos, que tragam soluções práticas com aplicabilidade imediata, em uma época, em que o ensino corre o risco de se reduzir à transmissão de manuais de instrução e a pesquisa à repetição de fórmulas e roteiros já percorridos, sendo difícil acreditar e persistir em atividades que não se enquadrem nestes critérios. Outro problema é que o processo de “superespecialização” criou profundos conhecedores de áreas muito restritas, por vezes, incapazes de vislumbrar, compreender e contribuir nos questionamentos de disciplinas próximas. De um modo geral, o conhecimento cresceu enormemente em complexidade, mas perdeu nas mentes individuais a sua amplitude. Reagindo a este contexto, a proposta deste blog é a de fomentar a curiosidade, a indagação e o interesse pelas Neurociências no Brasil, de um modo geral e nas instituições de ensino em particular e também criar um espaço para a comunicação transdisciplinar.
Tendo os grandes mestres do passado, e suas memoráveis epístolas como inspiração, ainda que nos pareçam inalcançáveis, e buscando conservar o mesmo espírito de visão ampla, de persistência e de paixão, o blog, no entanto, como forma de comunicação rápida, dinâmica e aberta, é uma resposta às mudanças do nosso tempo, em que o conhecimento se transforma constantemente e flui entre vários grupos e atores sociais.
Todos os que se identificarem com a proposta estão convidados a participar com ensaios, fragmentos, observações, notícias e comentários.
As contribuições poderiam ser, por exemplo, uma resenha de livro, um comentário crítico de um artigo científico, de uma exposição, ou de um evento relacionado às Neurociências, um breve ensaio, uma nova proposta de pesquisa, de modelo explicativo, um questionamento, etc.
Poderíamos criar um espaço de construção do conhecimento através deste novo recurso midiático, lançando reflexões de diversos autores sobre um determinado tema. Assim, o blog funcionaria como “sinapses”, conectando pensamentos de múltiplas áreas que dialoguem com as Neurociências.
Se por um lado, não seguiremos o rigor formal de uma revista científica indexada, o que nos trará maior velocidade, dinamismo e liberdade, por outro lado, atentaremos para não incorrer na banalização, superficialização e empobrecimento das questões voltadas para as Neurociências.
Que este seja um espaço criativo e inspirador para todos nós!
Elisabete Castelon Konkiewitz
Coordenadora do blog



domingo, 7 de abril de 2013


Neurocientista brasileiro ganha prestigioso prêmio nos EUA



Miguel Nicolelis foi premiado pelo Instituto Nacional de Saúde.
Ele foi o primeiro brasileiro a receber a premiação de US$ 2,5 milhões.

Do G1, em São Paulo
Miguel Nicolelis, acompanhado por macaco que ajudou a testar controle de braço robótico
Miguel Nicolelis, acompanhado por macaco
que ajudou a testar controle de braço robótico
(Foto: Duke University)
O médico brasileiro Miguel Nicolelis foi anunciado como ganhador do prêmio do Instituto Nacional de Saúde para pesquisas pioneiras. Ele vai receber US$ 2,5 milhões (o equivalente a R$ 4,5 milhões) em financiamento para expandir seus estudos do cérebro humano, segundo um comunicado da Universidade Duke, onde ele trabalha, nos Estados Unidos. Ele é o primeiro cientista brasileiro a ganhar o prêmio, que é o mais prestigioso oferecido pelo governo dos Estados Unidos para pesquisadores da área.
O médico paulista é professor de neurobiologia, engenharia biomédica e ciências psicológicas e do cérebro no Centro para a Neuroengenharia da Universidade Duke. Ele é responsável por uma nova técnica que pode dar grandes esperanças aos pacientes vitimados pelo mal de Parkinson. O estudo, feito com camundongos, ganhou a capa de uma edição do periódico científico "Science".
O Prêmio Pioneer do Instituto Nacional de Saúde é oferecido como reconhecimento a cientistas com "criatividade excepcional que propõem pesquisas biomédicas e de comportamento altamente inovadoras e com potencial de produzir um grande impacto em problemas importantes", segundo o comunicado oficial da universidade. Além de Nicolelis, outros 81 pesquisadores já receberam o prêmio desde que ele teve início em 2004.
Segundo a universidade Duke, Nicolelis deve usar o prêmio para avançar no desenvolvimento da investigação de princípios básicos de neurofisiologia que permitem circuitos neurais no cérebro a gerar comportamentos sensoriais, motores e cognitivos.
Por que ainda vivemos num país onde é interessante não reconhecer e valorizar os nossos talentos? Tudo que é bom vai para o exterior.